domingo, 23 de fevereiro de 2014

Marron Brasileiro quer retomar carreira com gravação de CD, DVD e livro de contos

O cantor passou seis anos de jejum

Publicação: 21/02/2014 08:51 Atualização: 21/02/2014 09:58
Cantor vai fazer 18 shows em oito dias, a partir de domingo (23). Foto: Saulo Dal Bo/Lumi Comunicação Integrada/Divulgação
Cantor vai fazer 18 shows em oito dias, a partir de domingo (23). Foto: Saulo Dal Bo/Lumi Comunicação Integrada/Divulgação

Ensaios. Gravações. Entrevistas. Maratona de shows. Às vésperas do carnaval, Marron Brasileiro, 45, retoma uma rotina inexplorada há seis anos, quando lançou o último disco, No forró. Com o fim do projeto, o músico experimentou um jejum de palcos locais, interrompido apenas em ocasiões pontuais, como o período momesco. O ostracismo o levou a seis meses na Inglaterra, seguida da Áustria e do Canadá. Passou a ir e voltar por diversas vezes. Perdeu espaço por aqui. “Nunca me senti afastado. Precisei me aprimorar. Por isso, fui para o mundo”, pondera.

Em 2013, Marron tomou o caminho de volta para casa a fim de mostrar o que aprendeu no estrangeiro. Um novo trabalho, ainda sem título, está em fase de gestação e deve ser lançado após o carnaval. O músico anda extremamente meticuloso. Grava. Regrava. Muda os instrumentos. “Eu quero fazer a coisa bem feita. Dar uma identidade. Mostrar um Marron reinventado”, explica. Serão 12 canções inéditas e autorais. “É um projeto bem pernambucano. Trago uma coisa mais romântica, o meu terreno, mas vou até um maracatu pauleira”, adianta.

Durante o intercâmbio, ele aproveitou para divulgar as peças da terra, como o forró e as cirandas, e se relacionar com outros músicos. Foi um período de experiências, caldo para muitas composições. Em viagem a Cuba, surgiu a melodia de Chegada, uma das novas crias. “Eu sabia que não queria fazer músicas para o carnaval. Logo, não é um disco festivo, como os da época da Versão Brasileira”, esclarece.

A banda que o projetou nos anos 1990 foi um fenômeno. Surgiu com a proposta de renovar caboclinhos e maracatus. “Foi na época da explosão do axé. Todo mundo me chamou de louco por tomar esse caminho”, lembra. No período, surgiram Galera do BrasilPra te namorar e É tanto amor, lembrados até hoje nos desfiles do Galo da Madrugada e na memória dos foliões do extinto Recifolia, período bom, mas de sacrifícios. “Jogavam o nosso trio para trás. Até pagávamos para participar”, revela.

O começo da carreira foi em bares. Aos 14, Marron saía de casa, escondido dos pais, para cantar. Em uma noite no Bebe Quieto, Reginaldo Rossi (1943-2013) ouviu Cor do pecado e decidiu gravá-la. Passou oito anos no grupo de rock Alcanos, antes de comandar a Versão, por mais oito. A carreira solo, desde 2000, veio com a declinada. A mudança causou estranhamento. Em 14 anos, lançou apenas dois CDs.

Para 2014, promete mais. Um CD e um DVD com músicas dos mais de 30 anos de carreira, além de um livro de contos. O repertório é o mesmo do carnaval. Serão 18 shows em oito dias, a partir de domingo (23), no projeto Recife Antigo de Coração.

Parcerias

Empurrão do Rei
“Eu tocava em um barzinho onde ele (Reginaldo Rossi) costumava beber uísque. Um dia toquei Cor do pecado, ele ouviu e gostou. Me chamou para conversar e ficamos amigos. Ele me deu uma aula de música. Depois, fui fazer uma Feira de Música, em Salvador, quando ele chegou no hotel que eu estava. Chegou numa BMW. Todos os jornalistas foram para cima. Na hora, pensei: ‘deve ser o o rei Roberto Carlos’. E era um rei. Mas o Rei do Brega. Ele apontou para mim e fez: ‘aquele ali é da minha terra. Um compositor fantástico’”.

Minha nega
“Fomos da mesma gravadora durante um tempo, a Sony. Depois, ela (Margareth Menezes) foi para a Atração e eu liberei a música Dez poemas diferentes. Fiz um xote e ela transformou em reggae. Vez ou outra, faço algumas coisas para ela. É um astral sem igual. Nos chamamos de meu nego e minha nega. Essa estará no meu DVD”.

Isso é Calypso
“Em 2012, eles tocaram no Galo da Madrugada. Antes, o pessoal da produção deles entrou em contato, pedindo autorização para cantar Galera do Brasil. Deixei na hora. E eu sou doido de recusar um pedido da Calypso? A turma adorou. Soube que Elba Ramalho também abriu o show dela no réveillon de Boa Viagem com a música”.

Marron Brasileiro fala da carreira


Nenhum comentário:

Postar um comentário