sábado, 1 de março de 2014

Mascarados animam o carnaval de Triunfo

Figuras folclóricas desfilam pelas ruas da cidade durante a folia. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press
Figuras folclóricas desfilam pelas ruas da cidade durante a folia. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press
Já virou tradição. Todo ano, quem procura o carnaval do Sertão pernambucano segue um só caminho: Triunfo, a 423 quilômetros do Recife. Detentora do ponto mais alto do estado, a Pico do Papagaio, com 1.260 metros de altitude, a cidade reserva muitos encantos para o turista, além dos festejos carnavalescos que começaram oficialmente na sexta-feira, na praça de eventos, no Centro. Do frevo-canção ao frevo de rua e ainda com doses de samba, reggae, pagode e até axé music, a programação de shows atende todos os gostos. Um total de 18 atrações farão a festa de moradores e turistas com nomes da cena pernambucana, como a cantora Gerlane Lops e Cezzinha, além de atrações nacionais como Tony Garrido e Carametade. 

Mas quem procura os ares serranos de Triunfo se depara com uma das figuras mais emblemáticas do carnaval pernambucano: os Caretas. O colorido das fantasias e a magia das máscaras despertam não apenas a curiosidades dos foliões mas a admiração pelas figuras que ganham as ruas e ladeiras da cidade durante os quatro dias de Momo. A formação dos Caretas está relacionada à história da própria Triunfo. No século passado, quando surgiram, eram conhecidos como “correios”, em função das divertidas mensagens contidas nas tabuletas onde os chocalhos estão pendurados. Depois, o jeito de se apresentarem - promovem um verdadeiro balé estalando os relhos no ar - e as próprias máscaras provocaram a mudança para o nome Caretas. “Os Caretas são um cartão-postal do carnaval sertanejo”, destaca a pesquisadora Diana Rodrigues.

Um componente que marca a festejada figura é que congrega pessoas de todas as idades. Ao longo dos anos cada vez mais tem sido marcante a participação feminina. Um bom preparo físico para subir e descer as ladeiras da cidade carregando uma tabuleta cheia de chocalhos, é fator preponderante para quem quer aventurar-se a formar entre os mascarados. Durante o período que antecede os festejos carnavalescos, o Sesc, que mantém uma fábrica de criação popular, ministra várias oficinas voltadas para composição das figuras, como as máscaras, as inscrições das tabuletas e as próprias vestimentas. 

CaririsNão só basta ter um bom preparo físico é preciso ser bom no relho - espécie de chicote usado pelos mascarados - para poder provocar no ar um estalo audível. Além dos estalos dos relhos, os chapéus e as roupas multicoloridas são outros detalhes que chamam a atenção nos Caretas, sem falar das máscaras, as mais estranhas, geralmente confeccionadas pelos próprios desfilantes. 

Mas que ninguém pense que o carnaval no Sertão do Pajeú prende-se apenas à tradição dos Caretas. Ainda em Triunfo outra centenária manifestação folclórica também ganha em beleza e originalidade. Trata-se do Cariri, mascarado que sai à frente de um bloco na madrugada do Domingo de Carnaval. Envolto em mistério, o Cariri é uma lenda viva, onde sua melodia fala de um homem que saía às ruas nesta época do ano “para pegar as moças solteiras”. O personagem é seguido em cortejo por uma multidão que abana palhas de coco no ar ao som de uma orquestra de frevos. “A magia desse personagem faz com que a gente espere a madrugada chegar para ver a sua passagem”, conta a hoteleira Terezinha Macedo.
Fonte: Pernambuco.com

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