quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Câmara Municipal do Recife faz homenagem ao Dia do Frevo


O plenário da Câmara Municipal do Recife ficou lotado de passistas, carnavalescos, presidentes de agremiações e músicos na solenidade que o vereador Wanderson Florêncio (PSC) realizou, hoje de manhã, 14, em homenagem ao Dia Nacional do Frevo. Para dar o clima da alegria carnavalesca, que normalmente se associa à manifestação cultural autenticamente recifense, foram exibidos flabelos e estandartes. “O dia 14 de setembro foi escolhido como em homenagem ao jornalista Osvaldo da Silva Almeida, que foi o criador do da palavra Frevo. A data é o dia de seu aniversário”, observou o vereador.
Wanderson Florêncio homenageou 42 pessoas que, para ele, têm identidade com o frevo. Cada uma recebeu diploma e fez pequenos discursos, entre as quais o Maestro Forró, os cantores e compositores Almir Rouche, Alírio Morais e Ed Carlos; e a professora da Escola Saltos Companhia de Dança e Frevo, Cristina Maria Silva. “É fácil identificarmos as nações por seus ritmos, músicas e danças. Portugal o Fado; Espanha o Flamenco; Argentina o Tango; porém, não por ser um país, mas uma cidade com características tão próprias que a elevam a esta condição no campo cultural, o Recife tem o Frevo, para lhe chamar de seu”, exaltou o vereador.
A solenidade foi presidida pelo vereador Eduardo Marques (PSB), também presidente da Câmara do Recife; a mesa foi composta pelo cantor e compositor Claudionor Germano; o secretário Executivo de Cultura, Eduardo Vasconcelos; o representante da secretaria de Turismo do Recife, Eurico Freire e a representante do ministério das Cidades, Isabel Urquisa. Estiveram presentes os vereadores Hélio Guabiraba  (PRTB) e Eriberto Rafael (PTC).
Em seu discurso, Wanderson Florêncio apresentou o frevo sob a perspectiva de sua história e cultura. Num breve histórico, ressaltou que o ritmo “que corre nas veias de todos nós, é um estilo de dança e música típicos do carnaval popular de Pernambuco”.Segundo o vereador, originalmente o frevo surgiu no Recife entre o final do século 19 e início do século 20, a partir das marchinhas de Carnaval, com influência da polca russa, de alguns passos de ballet clássico, e de outras danças afro-brasileiras populares, como o maxixe e a capoeira. Atualmente, é um Patrimônio Imaterial da Humanidade.
“O nome frevo se originou a partir da palavra ‘ferver’, que popularmente se pronuncia ‘frever’. Ou seja, o significado é o mesmo de ‘fervura’, que conota a agitação e o rebuliço dos dançarinos. O termo frevo, no entanto, foi utilizado pela primeira vez em uma publicação do jornal vespertino do Recife chamado "Jornal Pequeno", em 9 de fevereiro 1907, há exatos 110 anos”, disse. Por isso, o frevo também é comemorado dia 9 de fevereiro.
A dança do frevo, embora pareça simples, disse o vereador, é marcada pela sua complexidade, com o uso de malabarismos, rodopios, gingados, passos curtos e ritmo frenético. “A sombrinha colorida aberta é outra característica marcante do Frevo durante a dança, fazendo com que os dançarinos mostrem toda a sua técnica em saltos e rodopios, enquanto carregam o pequeno guarda-chuva”. Atualmente, estão catalogados mais de cem passos diferentes na dança do frevo. “O frevo pode ser dividido por gêneros como o Frevo de Rua; de Bloco e o Canção”.
Depois de discorrer sobre o frevo, o vereador declamou a letra do frevo canção “Frevo número 3 do Recife”, composição de Antônio Maria. “Sou do Recife com orgulho e com saudade. Sou do Recife com vontade de chorar”, diz a letra da música. Em seguida, o cantor Almir Rouche foi convidado pelo vereador para fazer uma apresentação. Ele cantou a música “Voltei Recife”, acompanhado pelos músicos da Banda da Polícia Militar de Pernambuco. Enquanto Rouche cantava, um grupo de passistas entrou no plenário e fez evoluções.