terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Bajado: Um artista de Olinda

Euclides Francisco Amâncio, artista plástico, chargista, letreirista, cartazista, pintor de quadros e murais, conhecido mundialmente como Bajado, nasceu no dia 9 de dezembro de 1912, no município de Maraial, no Estado de Pernambuco.

O apelido Bajado surgiu na infância por causa de uma brincadeira, durante um jogo de bicho, seu passatempo preferido.

Bajado mudou-se para Catende, outro município pernambucano, ainda adolescente, indo trabalhar como ajudante e pintor de cartazes de filmes de faroeste, onde ficou até 1930.

Quatro anos depois, foi morar no Recife, onde arranjou um emprego como letreirista de cartazes e operador de máquina do Cine Olinda, função que exerceu até 1950.

Nas horas vagas pintava letreiros, fachadas e interiores de lojas comerciais, restaurantes e botequins, ornamentando-os com figuras ou compondo painéis e quadros.

O artista prestou uma grande homenagem ao bloco carnavalesco Donzelinhos dos Milagres que estava encerrando, para sempre, os seus festejos de carnaval, pintando na parede de sua sede os versos: "O mar que levou a praia, levou também Donzelinhos."

O gosto pela arte se manifestou quando Bajado retratou os clubes carnavalescos de Olinda, Pernambuco, Pitombeira dos Quatro Cantos, Elefante, O Homem da Meia-Noite, Cariri, Vassourinhas, assim como o frevo rasgado na Ribeira, Largo do Amparo, Varadouro, Praça do Carmo.

Em 1964, junto com alguns amigos de profissão, inaugurou o Movimento de Arte da Ribeira, em Olinda, onde passou a expor seus trabalhos.

Dentre uma mistura de cores e tintas, Bajado foi capaz de reproduzir inúmeras telas sobre a vida cotidiana, o sofrimento, as emoções e a cultura do povo pernambucano.

O artista possuía um temperamento calmo e brincalhão. Fluiu na arte, com a simplicidade de um homem humilde. Era considerado um artista primitivo, inserido no estilo da arte contemporânea. Sua tendência artística era a liberdade de estética, comum na arte moderna, e suas obras retratavam tanto os folguedos carnavalescos, como também reverenciavam políticos e personalidades ilustres da sociedade pernambucana: Agamenon Magalhães, o presidente Jânio Quadros, o general Teixeira Lott, entre outros.

Na década de 1970, um turista italiano, Giuseppe Baccaro, ao ver as suas pinturas e quadros a óleo expostos nas residências e estabelecimentos comerciais de Olinda, ficou impressionado diante do primitivismo artístico do pintor que assinava da seguinte maneira as suas obras: "Bajado um artista de Olinda". Contactando-o, lançou-se como divulgador e administrador dos seus trabalhos.
Em decorrência disso, alguns meses depois, começaram a aparecer as suas primeiras exposições e mostras no Recife, na Casa da Cultura, na Fundação Joaquim Nabuco, na Caixa Econômica Federal, no Lions Club, no Cabanga Iate Clube.

Novas oportunidades continuaram a surgir, desta vez para o artista expor em outras capitais brasileiras como o Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e Vitória. Do exterior, Bajado recebeu vários convites para ir apresentar as suas obras. Neste sentido, iniciou pela França uma maratona artística, passando pela Itália, Espanha, Holanda e Tchecoslováquia, atual República Tcheca.

Em 1994, no limiar dos 80 anos, Bajado foi homenageado com uma mostra internacional na sede da Unesco, em Paris, com a participação de diversos artistas internacionais.

Contido, apesar da sua fama e do seu talento artístico, ele sempre viveu humildemente. Tinha como o maior prazer da vida a expressão da sua arte primitiva, a alegria do seu povo.


Bajado passou seus últimos dias assistindo filmes antigos na televisão e recordando as peripécias da sua mocidade. O artista plástico, faleceu em 1996, aos 84 anos de idade, em sua residência localizada na Rua do Amparo, nº 186, Olinda, imóvel este que lhe foi doado por Baccaro, o seu marchand italiano.

Regina Coeli Vieira Machado
Servidora da Fundação Joaquim Nabuco
pesquisaescolar@fundaj.gov.br





Maracatu Atômico ganha versão em inglês pelo pernambucano David Correy

Cantor naturalizado norte-americano está na cidade para receber nesta segunda-feira, do Diário, o Prêmio Orgulho de Pernambuco

Por: Ed Wanderley - Diário de Pernambuco

A musicalidade brasileira é um dos ingredientes nacionais que mais chamam a atenção no exterior. Talvez por isso, a volta às origens do cantor norte-americano David Correy, nascido em Pernambuco, exceda o campo do pessoal e afete diretamente o seu trabalho. No Recife para receber o Prêmio Orgulho de Pernambuco na noite desta segunda-feira (9), no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, o cantor, revelado no programa de aspirantes a estrelas da música dos Estados Unidos The X-Factor, apresentou um pouco do direcionamento que tomará sua carreira a partir de 2014, com a música Atomic Maracatu, uma versão quase literal da canção composta por Nelson Jacobina e Jorge Mautner e imortalizada pelo movimento Mangue Beat de Chico Science e Nação Zumbi, na segunda metade da década de 1990.

Atualmente em turnê mundial para apresentar o hino oficial da Coca-cola para a Copa do Mundo - a The World is Ours, cuja versão brasileira Todo Mundo tem ainda Gaby 

Amarantos e Monobloco -, Correy diz que os planos de explorar comercialmente suas músicas vêm sendo conciliados, mas serão ampliados após o mundial, em especial com a exposição que vem recebendo. Sobre a influência que sua origem pernambucana vem exercendo em seu processo criativo, garante que vem fazendo o dever de casa. 

"Conheci o som regional e me identifiquei. A música foi gravada há dois meses e ainda não a lançamos. Estamos experimentando", garante o artista, que na última visita ao Recife, garantiu que estudaria a música local e faria canções inspiradas na cidade. Talvez por isso, a animação ao acompanhar os ensaios de um dos grupos de maracatu - o tradicional, não o atômico - nas ladeiras de Olinda, na tarde de domingo (8), quando visitou o Alto da Sé.

No dia anterior ao embarque para o Recife, David se apresentou no The Voice México, depois de passar por El Salvador, Honduras e vários outros países da América Latina. “Foi uma experiência incrível. Eles (o programa) arrebenta muito por lá e a audiência é gigante”, afirma. Aliás, sobre o The Voice, cuja versão nacional vem mobilizando audiência televisiva e as discussões no mundo virtual das redes sociais, o cantor disse não saber como seria sua vida se tivesse participado do programa da NBC - líder absoluto de audiência -. “As coisas são como têm que ser e como estão escritas. Deus sabe o que faz e houve um propósito maior quando participei do The X-Factor”, finaliza. Sobre qual dos mentores - Adam Levine, Christina Aguilera, Cee-lo Green ou Blake Shelton - escolheria, claro, não comenta.



Saiba mais

Atomic Maracatu
Have you ever watched a hummingbird kiss a flower 
And how all of mother nature cries of love 
And he who holds the key has it all, has it all 
So here comes the power of the atomic maracatu

Anamauê, ô. Anamauê, ô

Out behind the skyscraper is a dome, is a dome 
And then out there is another starless sky 
And on top of the umbrella, oh the rain must have rain 
Droplets that look so lovely that all you think of is to 
drink it 

Along the fields of spring is a flower, is a flower 
More alive than any flower you could know 
And inside the glove compartment there's the glove, there's a glove 
That someone as sharp as sharks or saints forgot they ever put it there 

We only feel the bottom of the sun and its rays
As they fall through the dark clouds of space 
And every frame is black it's all black all black 
I write your name, you know I love you, then it fades, it's all the same

Maracatu Atômico foi lançada em 1974, no álbum Jorge Mautner, e regravada no mesmo ano por Gilberto Gil para o álbum Cidade do Salvador.

Atomic Maracatu não tem apenas uma tradução literal do título, mas pouquíssimas mudanças na letra original. O resultado, no entanto, se aproxima mais do som polido de Gil que da ousadia dinâmica de Chico e Nação.

Foi com o clipe de Chico Science & Nação Zumbi, segundo vídeo do álbum Afrociberdelia, que a MTV Brasil encerrou sua transmissão na TV aberta, em 30 de setembro deste ano.




CD: Orquestra de Frevo Vassourinhas de Olinda

Nesta rara coletânea temos 24 frevos-de-rua, todos de grande sucesso nos carnavais do Recife e Olinda.

A Orquestra do Clube Carnavalesco Vassourinhas de Olinda gravou este CD por ocasião de excursão na Holanda no ano de 1996.

Vendas pelo site: http://www.onordeste.com/shoppingnordeste/orquestra-de-frevo-vassourinhas-de-olinda.html