domingo, 28 de dezembro de 2014

Maestro Forró grava disco com clássicos do rock em ritmo de frevo

Depois de ser anunciado como um dos homenageados do Homem da Meia Noite no carnaval 2015, o Maestro Forró entra em estúdio nesta semana para gravar releituras do rock brasileiro dos anos 80. Músicas de Paralamas do Sucesso, Cazuza, Rita Lee e outros receberão a pegada do frevo.A previsão de lançamento é primeiro semestre de 2015, mas Forró garante o lançamento de pelo menos um single para o Carnaval.

FONTE: BLOG SOCIAL1

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Walmir José Oliveira das Chagas - 2/4/1960 (Recife)

Homem múltiplo, o músico, compositor, ator, palhaço, dançarino e pesquisador passou a infância trabalhando em circos mambembes, como cantor e ator em peças cômicas.

Fez sua iniciação musical aos 16 anos, no Conservatório Pernambucano de Música, onde concluiu o Cursou de teoria, prática e solfejo. Em seguida, fez curso e estágio na Orquestra Sinfônica do Recife, com o professor Dimas Sedícias.

Em 1976, o escritor e teatrólogo Ariano Suassuna, na época Secretário de Cultura do Recife, lançou o Movimento Armorial e criou o Grupo Circense de Dança Popular, que veio a se tornar depois o Balé Popular do Recife. Walmir Chagas chegou a ser o primeiro solista do grupo e um dos fundadores da trupe.

Desde então, não mais parou, participando de várias produções musicais, ao lado de talentos com Zoca Madureira e Antônio Carlos Nóbrega. Criou o Trio Romançal Brasileiro, conhecido em todo o País através dos projetos Pixinguinha e Pixingão.

Na década de 80, viajou para Israel, Portugal, Espanha e Estados Unidos.

No Brasil, excursionou com seu trabalho por todo o Norte e uma parte do Sul, além do Rio de Janeiro e São Paulo.

Em suas apresentações, que integram o mundo do circo e o do pastoril, ele representa o Véio Mangaba, uma homenagem a duas importantes figuras dos pastoris de Pernambuco, os velhos Faceta e Barroso.

Atuou também em vários CDs independentes, como os Balé Popular do Recife, Trio Romançal Brasileiro, Arlequim, Opereta do Recife, Versão Brasileira, Bloco da Saudade,Cirandas, Foliões 86, como compositor e em alguns deles também como cantor.

Compôs trilhas sonoras para peças teatrais, como Um Deus dormiu lá em casa e Pluf, o fantasminha, ambas dirigidas por Augusta Ferraz; Flicts a cor e  Senhor rei, dona rainha, ambas dirigidas por Elmar Castelo Branco; Quixotinadas, por Marco Camarotti; O bosque do coração do Brasil, por Paulo de Castro e Salto alto, produzido peal Remo Produções Artísticas.

Entre suas participações em vídeos, filmes e DVDs estão Parcas Sertanejas, produção de Augusta Ferraz; Véio Mangaba e suas Pastoras, para campanha eleitoral no Recife, 1993; Pernambuco - Raiz antenada para o mundo, para a Infraero, produção Olhar Imaginário - Toni Venturini, 2004; É mais fácil um boi voar, com Marcílio Brandão e Maria Pessoa; Cassino Americano e Chega de Cangaço, de Hanuah Falbo; Devagar, Conceição, dele próprio e Minervina, de Lula Queiroga.

Compôs jingles para rádio e televisão e atuou em comerciais de TV e rádio.

Fez direção musical artística e, ainda produção de trilha, tanto para peças teatrais, quanto para CD, a exemplo de Muito pelo Contrário; Caxuxa; Mangaba com catuaba, de Antônio Guincho; Pastoril do Velho Cangote,  de Rosa Campelo e o CD Nós, de Maurício Cavalcanti, no qual atuou como diretor artístico.

Com o Amor paregórico, fez sucesso no Festival Internacional de Teatro, em Belo Horizonte. Foi daí que surgiu a idéia do CD Véio Mangaba e sua Pastoras Endiabradas, pela gravadora de Gilberto Gil, a Geleia Geral.

Desde o ano de 2002, quando lançou seu próprio selo fonográfico Mangaba Produtos, vem produzindo os seus próprios CDs e os de vários artistas e compositores, em parceria.

Outras obras:


 Na fulo do liró; Amor de criança; Cavalo marinho de Mariana; Ô Helena, mulhé rendeira; Sonho de pastoril; Mercado de São José, samba em parceria com Sílvio Roberto; Dona Maçu; Vamos pegar caranguejo, em parceria co Cinderela.

Fonte: MPB Compositores Pernambucanos - Coletânea bio-músico-fonográfica - 100 anos de história, Renato Phaelante, Cepe Editora, Recife, 2010.


Como artista, ele já fez de um tudo nos palcos

Walmir Chagas, 51 anos, é ator, músico, compositor, dançarino, palhaço, velho faceteiro, um criador multimídia. Na pele do Véio Mangaba, personagem oriundo dos tradicionais pastoris profanos do Nordeste, Walmir é assumidamente um artista popular, que faz rir e se diverte com suas próprias invenções. Malícia, esperteza, safadeza, eis algumas das qualidades que qualquer bom velho do pastoril precisa ter e Walmir soube perceber isso ainda pequeno, quando, com nove anos de idade, começou a freqüentar circos mambembes que abriam suas lonas furadas pelos arredores do Recife.

Na companhia do já falecido irmão Luís, filho do primeiro casamento de sua mãe e "que aparecia vez por outra casa", ele conheceu a magia do universo circense. Foi esse irmão, então o único artista da família, quem o impulsionou para o palco, uma arena pobre de um circo saltimbanco.Nesse espaço pôde ser partner (ajudante) do grande mágico Professor Ramy, personificado pelo seu próprio irmão Luís.Também experimentou-se como cantor e ator em peças cômicas e esquetes. Foi então, observando e sendo criado naquele universo literalmente mágico, que ele começou a aprender a ser um palhaço.

No início da década de 70, adentrou para o universo da TV ao vivo.No elenco do programa Cidade Encantada, da queridíssima Tia Linda,(Linda Maria), espécie de Xuxa Recifense para a época, o garoto foi despontando seus talentos cada vez mais. Cantava, dançava frevo e atuava em vários contos infantis encenados no programa exibido pela TV Jornal do Comércio.Claro que suas personagens não eram tão importantes assim, mas fazer um guarda na porta de um castelo encantado para aquele jovem artista já era fantástico!

Em 1975, submeteu-se a um rigoroso teste promovido por um outro programa de TV, o Clube Show, comandado pelo simpático Paulo Ferreira sempre às terças-feiras na mesma TV Jornal.O objetivo era lançar jovens atores para os grupos de rádio-teatro, teatro na TV e teatro para palco convencional. A terceira opção foi à escolhida por Walmir. Selecionado para o Teatro Escola de Pernambuco, o rapaz a marcar presença e, a partir daí, as mudanças na sua vida artística foram realmente vertiginosas.

DANÇARINO- curiosamente, o teatro lhe abriu as portas cada vez mais para a dança. Nesta época o dramaturgo Ariano Suassuna, então Secretário de Cultura do Recife, lançava o Movimento Armorial em parceria com a família Madureira.Um dos integrantes, André Madureira,dedicado ao segmento da dança, dava início a uma pesquisa da cultura popular nessa área.Foi assim que surgiu o Grupo Circense de Dança Popular em 1976, o embrião daquele que viria a ser o mais significativo grupo de dança voltado às raízes nordestinas, o Balé Popular do Recife.Walmir chegou a ser o primeiro solista da equipe e um dos fundadores da troupe.

COM O BALÉ POPULAR, onde permaneceu até o final da década de 80, integrou várias montagens,entre elas, Brincadeiras de um circo em decadência, misto de teatro e balé; Prosopopéia,com o qual fez viagens para Israel, Portugal, Espanha e Estados Unidos;e Nordeste,a dança do Brasil,até hoje encenado pelo grupo.Nesta sua última participação,chegou a experimentar uma tournê por todo o norte do Brasil,além de Estados como Rio de Janeiro,São Paulo e Santa Catarina.Paralelo a sua atividade como bailarino/ator,ainda em 1976,foi convidado a acompanhar o Conjunto Romançal e o Boi Castanho do Reino do Meio-dia,grupos coordenados pelo também multiartista Antônio Carlos Nóbrega onde exerceu sua parcela de músico e cantor.

Após esta experiência, no ano seguinte, em 1977, junto a Antúlio e Antero Madureira criou o Trio Romançal Brasileiro dividindo-se nos solos como cantor e percussionista, além de assinar algumas das canções. Nesta troupe, além de lançar o LP Trio Romançal (hoje disponível em CD), foi conhecendo ainda mais o Brasil, através de projetos saudosos como o Pixinguinha e o Pixingão.Tanta influência musical na vida de Walmir talvez tenha vindo dos solos de clarinete que seu pai, engenheiro mecânico aposentado, tocava em casa.Mais ele sentiu que precisava ser bem mais preparado musicalmente.

POLIVALENTE - Foi então estudar bateria, solfejo e teoria por cinco anos no Conservatório Pernambucano de Música. Antes de se formar, conseguiu até estágio na Orquestra Sinfônica do Recife, uma aula perfeita para o aprimoramento que pretendia. Foi cada vez mais destacando-se em cursos para jovens instrumentistas e o seu leque de opções musicais cresceu. Além de bateria, sabe tocar vários instrumentos de percussão como, por exemplo, o pandeiro, "arranha"o violão e solta o "gogó" sem medo algum. Mergulhando cada vez mais na área musical, começou a compor trilhas sonoras para peças de teatro,sendo premiado em muitas delas.Destaque para UM DEUS DORMIU LÁ EM CASA e a inesquecível PLUFT, o fantasminha, ambas dirigidas por Augusta Ferraz; e MARIA MINHOCA e SALTO ALTO, as duas sob a direção de José Francisco Filho.

E entre outro curso na área teatral, em especial curso de mímica, e experiências como cantor/ator como no sempre lembrado Baile do Menino Deus,dirigido por Ronaldo Brito, foi descobrindo-se também como diretor musical para teatro,como nos espetáculos Esse Estranho Desejo,com direção de João Falcão e a comédia Salto Alto,dirigida por José Francisco Filho.Nesta última montagem,com texto de Mário Prata,recebeu altos elogios especialmente por sua atuação impagável,que lhe rendeu prêmios de melhor ator e direção musical em 1990,além de convite para ser príncipe do Baile dos Artistas daquele ano.

Com os comerciais de TV foram mais de dois mil já protagonizados em todo o Nordeste, incluindo a criação de jingles - sua popularidade aumentou mais e mais.Não era raro ser chamados para receber homenagens nas diversas comunidades recifenses e também em outras cidades pernambucanas, associações  carnavalescas, clubes de mães , etc.Coisa que sempre o agradou.Também, a simpatia foi a sua marca registrada!Por isso tantos convites para ser garoto - propaganda de supermercados, lojas de disco, roupas, eletrodomésticos, clínicas odontológicas e edifícios.Comerciais de utilidade pública e até propagandas políticas fizeram parte de sua carreira.Walmir sempre foi presença constante na casa de milhões de telespectadores.

TIPO HILARIANTE- Em 1996, uma nova personagem surge e o ator Walmir Chagas é reconhecido por outro nome:Véio Mangaba.O tal foi uma criação em parceria com o músico e publicitário Lula Queiroga, que dirigia o guia eleitoral para TV da campanha política do hoje governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, na época candidato a prefeito do recife.Era uma espécie de personagem âncora dos programas.O nome foi batizado pelo próprio Queiroga."É a idéia de que o Véio Mangaba é gostoso mais também é pegajoso, como a fruta", revela.

A personagem vinha como uma homenagem a dois velhos ícones dos pastoris de Pernambuco, os velhos Faceta e Barroso, dois mestres dessa arte.O pastoril é uma performance natalina de rua, de caráter profano, onde um intérprete versátil, travestido de velho no comando de um grupo de moçoilas, canta, dança, diz piada,  sempre picante,e toca instrumentos.O Véio Mangaba do Walmir, além de tudo isso, foi incorporado elementos do circo, do teatro e dos shows musicais em suas apresentações.

Foi assim com a montagem de AMOR PAREGÓRICO, que chegou a fazer sucesso no Festival Internacional de Teatro (FIT), em Belo Horizonte/MG.Lá, a pedidos do público, surgiu a idéia de lançar um disco: VÉIO MANGABA E SUAS PASTORAS ENDIABRADAS.O lançamento aconteceu em 1996, no Rio de Janeiro, pelo selo Geléia Geral,do hoje ministro Gilberto Gil,com distribuição da gravadora Warner.E o velho do nordeste foi conquistando o Brasil!
Em 1997, no Recife, o dito-cujo é novamente personagem de um outro espetáculo de teatro/circo com música ao vivo, Mangaba com Catuaba, texto de Antônio Guinho especialmente escrito para ele e seu mais novo parceiro, o Velho Catuaba, interpretado pelo ator Aramis Trindade.A dupla travava um embate como dois velhos de pastoris, invejosos um com o outro e cada qual com suas respectivas pastorinhas."Foi como mel na água essa união, porque nós dois tínhamos experiência como palhaços ", lembra satisfeito.A partir daí, o Mangaba foi transformando-se em personagem multimídia: teatro, show musical, participação em CDs (como na homenagem ao rei Reginaldo Rossi), propagandas de TV,etc.

TRAGICÔMICO- mas toda essa agitação na vida do Véio Mangaba nunca afastou as características fundamentais da personagem:o misto de drama e comédia em sua vida."O Véio é um sujeito ranzinza, que reclama do governo e, em especial,do próprio viver,porque está sempre sofrendo de amor."Muitas são mulheres que lhe sustentam e muitas são também as que lhe põe chifres",diz.Segundo Walmir,é este o molho entre o humor e o trágico que conquista o público das mais diferentes idades."Eis uma personagem que encanta tanto a criança quanto o adulto e o idoso,talvez porque fazer o Véio Mangaba é brincar com uma safadeza pura,se é que posso chamar assim...", filosofa...

Walmir revela que, na verdade, suas piadas são muito mais subentendidas do que explícitas.Cantigas de circo - eis o toque do imaginário infantil - e músicas sobre a desilusão amorosa também estão no repertório.Até recriações de canções do Coronel Ludugero também são interpretadas. Acompanhando-o musicalmente, uma banda de instrumentos de sopro, percussão e cordas,"de formação pop", faz questão de salientar o irreverente personagem.

SOU FEIO E MORO LONGE (A SAGA DE UM POBRE STAR)- É a mais nova investida de Walmir Chagas, ou melhor, o Véio Mangaba, nos palcos. O espetáculo, comemorando 28 anos de carreira do seu mentor, ficou em cartaz no Teatro do Parque todas às sextas-feiras e sábados onde cumpriu temporada às 18:30h (seis e meia da noite).A montagem é uma espécie de colcha de retalhos sobre toda a vida artística do intérprete."É a trajetória de um artista popular", diz satisfeito.

Em cena,com texto e música de vários autores (entre eles,Velho Faceta, Zé Ketti, Narciso do Banjo e Zoca Madureira).Walmir representa, canta,dança e mostra até suas investidas no universo multimídia com a inserção de um vídeo especialmente produzido para o espetáculo.Mas ele não está só em cena, divide o espaço com três contra-regras que entram e saem do palco o tempo todo,sem dizerem uma palavra.

O experiente Mário Miranda, a bela e jovem atriz e modelo Freedom Cavalcanti, o gigante Petreson e o garoto Tendy Porã Chagas, de 14 anos (na época), filho do próprio Walmir,que faz a sua estréia no universo das artes cênicas, são os seus companheiros mudos.Vão transformando o ambiente,espécie de caixa mágica a desvendar-se,inspirada nas carroças mambembes dos artistas medievais.Nada se faz às escondidas.A maquinaria é exposta,os contra-regras estão às claras,as trocas de roupa são às vista da platéia.Até o Véio Mangaba vai surgir aos poucos,com o público acompanhando sua chegada a partir do primeiro risco de maquiagem na cara do ator,sendo transmitido com uma câmera de vídeo para o telão.

O espetáculo conta com direção e roteiro de Alexandre Alencar e cenografia,figurino e adereços do artista plástico Jacaré,especialista na reciclagem de materiais,e produção executiva de Paulo de Castro Produções.Walmir, além de narrar suas experiências de uma forma bem divertida,canta cocos, investe com suas piadas na platéia,cria cenas hilárias de improviso;(a trilha sonora do espetáculo já se encontra em CD,co-produzido pelo selo via som) . Aproveitando mesmo o dom que possui de artista popular."Eu não invento nada, faço o que gosto", resume.Com Sou Feio e Moro Longe (a saga de um pobre star), o  multi-artista explicita o gosto por brincar em cena, é isso que a platéia vê, num misto de teatro, circo, poesia, dança, música e vídeo.

Desde 2002, quando foi lançado o selo fonográfico  MANGABA PRODUTOS, vem produzindo CD's próprios e de vários artistas nordestinos. Dentre eles:   

- Véio Mangaba e suas Pastoras Endiabradas (wea/geléia geral)

- Véio Mangaba -20 grandes sucessos (cantor e direção artística)

- Véio Mangaba - 20 grandes sucessos das paradas de ônibus (cantor e direção artística)

- Véio Mangaba - Motorista de táxi (cantor e direção artística)

- Meditação através dos Sons e das cores (composição,direção artística e  produção)

- Pífanos em desafios Egildo Vieira (direção artística e produção)

- Alquimia Maluca - Zé Airton (cantor e direção artística)

- Cantigas de roda - Zé Airton (cantor e direção artística)

- Amor, folia e brincadeira -  Zé Airton (cantor e direção artística)

- Água,festa e baião - Zé Airton (cantor e direção artística)

- O requinte de Narciso do banjo (cantor, produção e direção artística)

- Um bloco em poesia- (produção e direção artística)

- Pernambucarnaval- (cantor, produção e direção artística)

- Nem sempre Lili toca flauta (cantor, produção e direção artística)

- Orquestra da Bomba do Hemetério - ao vivo (produção e direção artística)

- Urso traquino (cantor e direção artística)

- Bacia dágua - Bráulio de Castro (cantor e direção artística)

- É tempo de bloco -Bloco Eu quero mais/Bráulio de castro (cantor e direção artística)

- Dedilhando Pernambuco -Henrique Annes & Oficina de Cordas ( direção artística )

- Politicamente incorreto - Allan Sales (direção artística)

- Beto do Bandolim na Gafieira (direção artística e musical)

- Estresse coletivo-(curta) Sandra Ribeiro

- Viva Barroso-(clipe) criação e direção

- Antologia do Pastoril Profano (cantor,direção artística e   musical)

- O Pastoril do Véio Mangaba- trilha sonora do espetáculo (cantor, produção e direção artística)

- (cd) Frevo de Bloco(musico) Zoca Madureira/Marcus Pereira

- Baile do Menino Deus (musico e cantor) Zoca Madureira

Participações como cantor:

- Mote pra alegria (cd)- Roberto Cruz

- O nação canta Pernambuco (cd) - Maracatu Nação Pernambuco

- Recados (cd)- Haideé Camelo

- Opereta do Recife (cd)- Zoca Madureira

- Flabelo, o lirismo nas ruas(cd)- Heleno Ramalho- Andanças do Divino (cd)- Zoca Madureira/Balé Popular do Recife

- (cd) Festival Carnavalesco da PCR 2006 com o maracatu "Pátio do Terço" de Bráulio de Castro e em 2007 com o frevo-canção:pernambucaniando e também (cd) de Bráulio de Castro com o mesmo titulo, além de várias produções independentes
         
Participações em filmes, vídeos e DVDs:

- Véio Mangaba e suas pastoras - (campanha publicitária eleitoral Recife - 1993)

- Pernambuco - raiz antenada para o mundo (longa) - INFRAERO / produção: Olhar Imaginário - direção:Toni Venturi - 2004

- É mais fácil um boi voar (longa) Marcílio Brandão/Maria Pessoa

- Cassino Americano(curta) - Hanuah Falbo

- Chega de Cangaço (curta) -  Hanuah Falbo

- Concerto do desmantelo blue (curta) - Cláudio Assis- Devagar Conceição (clipe) - Bráulio de Castro

- Minervina  (clipe) - Lula Queiroga

- Mané da China -(campanha publicitária eleitoral Recife/ 2000)

- O piquenique (clipe) - Alexandre Alencar

- Abys calçados -(campanha publicitária) - Alexandre Alencar

- Canteiro de obras - (campanha publicitária) - Marcos Molina

- São João (longa) - Gilberto Gil

- Estresse coletivo-(curta) Sandra Ribeiro

- Viva Barroso-(clipe) criação e direção

Direção musical e criação de trilhas musicais para teatro:

- Um Deus dormiu lá em casa (Augusta Ferraz)

- Pluft um fantasminha (Augusta Ferraz)

- Parcas Sertanejas (curta de Augusta Ferraz)

- Flicts, a cor (Ademar Castelo Branco)

- Quixotinadas (Marco Camarotti)

- Trupizupe, o raio da silibrina (José Manoel / Pedro Portugal)

- Salto Alto (José Francisco Filho)

- O Bosque do coração do Brasil (José Francisco Filho)

Fonte: MPB Compositores Pernambucanos - Coletânea bio-músico-fonográfica - 100 anos de história, Renato Phaelante, Cepe Editora, Recife, 2010.


segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Faltam menos de 100 dias para o carnaval. Confira lançamentos

O "Viver" garimpou trabalhos produzidos que serão divulgados até fevereiro. São sonoridades que vão do autêntico frevo a maracatus

Marina Simões - Diario de Pernambuco


Faltando menos de cem dias para o carnaval, começa a contagem regressiva para os festejos que costumam mobilizar multidões nos polos de animação pernambucanos no Recife, Olinda, Bezerros, Pesqueira e Nazaré da Mata. Para aumentar a expectativa dos foliões, o Viver garimpou trabalhos produzidos que serão divulgados até fevereiro. São sonoridades que vão do autêntico frevo a maracatus e ritmos para pular seguindo os trios elétricos.

O cantor e compositor pernambucano Carlos Fernando, falecido em setembro de 2013, aos 75 anos, idealizador do projeto Asas da América, será uma figura lembrada pelos artistas neste carnaval. Asas da América, asas para o frevo será o tema do 38º desfile do Galo da Madrugada, mas o compositor também inspirou outras produções. A agremiação assina o lançamento do disco homônimo, com composições inéditas em tributo ao caruaruense como uma faixa de J. Michiles, Lembrando Carlos Fernando, na voz de Almir Rouche. 

O álbum será lançado no dia 27 de novembro, durante o projeto Quinta do Galo, na sede do bloco, no bairro de São José. Com trajetórias dedicadas ao forró, Maciel Melo e Benil apostam no frevo para tributo ao compositor falecido. Maciel finaliza o disco Perfume de carnaval, com onze faixas e direção de musical de Spok, nas lojas em dezembro. Já Benil lança o disco Pintou! É carnaval. Nando Cordel é outro a enveredar pelos caminhos do frevo, com inédita exaltando a época festiva. Do seu repertório, Nando escreveu apenas duas sobre o tema: Hoje é dia de folia, gravada por Xuxa, e Quero mais, conhecida na voz de Elba Ramalho. André Rio engrossa o caldo com o frevo de bloco Um abraço meu nego, referência à forma carinhosa como Carlos Fernando se despedia.

O grupo Som da Terra comemora quatro décadas de carreira e lança, até o final de novembro, o disco comemorativo 40 carnavais. Os músicos, conhecidos por usarem fantasias inusitadas no trio, também preparam homenagem a Carlos Fernando para o desfile no Galo. "Vai ser algo chocante. Guardamos o segredo a sete chaves. Mas será um sucesso", afirma o vocalista Rominho Pimentel. Ainda em ritmo de frevo, será lançada a coletânea Pernambuco frevando para o mundo volume 2, produzida pelo empresário Fábio Cabral, da loja Passa Disco, que reúne 36 faixas e mostra as diversas vertentes do gênero musical.

As canções selecionadas vão do frevo de bloco com nomes como Claudionor Germano, Miúcha, Bloco da Saudade, Coral Edgar Moraes, passando pelo frevo-canção com Moraes Moreira, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, e ainda frevos de rua com a Orquestra Popular do Recife, a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, e a SpokFrevo Orquestra, além de novas roupagens, com inéditas de China, do Projeto Sal & Herbert Lucena, e DJ Dolores. O disco duplo será lançado no dia 29 de novembro, e coroa os 11 anos da loja no Shopping Parnamirim.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Alceu Valença, Natiruts, Otto e Monobloco são atrações do Carvalheira na Ladeira

Segunda edição da casa do Carnaval de Olinda amplia a programação para os quatro dias de folia

Marina Simões - Diario de Pernambuco



O Carvalheira na Ladeira chega a segunda edição no Carnaval de Olinda, em estrutura montada nas dependências do Colégio São Bento. Nomes como Alceu Valença, Monobloco, Otto, Natiruts, Los Sebosos Postizos, Sambô e Carrosel de Emoções foram algumas das atrações anunciadas nesta quinta-feira, durante coletiva de imprensa. A novidade é que a casa terá programação nos quatro dias de folia.

A estrutura utilizada para o projeto é 10.000 m², área dividida em palco externo, boate climatizada, praça de alimentação e lounges. A grife ainda oferece serviço "open bar premium" padrão Carvalheira, incluindo whisky 12 anos, vodka Absolut, cerveja, refrigerante e água. A expectativa é a nova edição supere o público de 15 mil pessoas que circularam no local no carnaval deste ano. O projeto tem investimento incial de R$ 4 milhões.

Os produtores Victor Carvalheira e Jorge Peixoto pretendem manter atrações que deram certo na primeira edição, como a passarela cultural, que conta com passistas de frevo e orquestras. Além disso, identidade visual do evento será inspirada no quadro do artista plástico Militão dos Santos. E o tema será explorado na cenografia assinada pelo olindense João Andrade. 

Os ingressos para o Carvalheira da Ladeira devem começar a ser vendidos somente no início de dezembro. Até lá, os produtores vão divulgar novas atrações que completam o line-up, incluindo nomes de artistas no cenário nacional e DJs internacionais.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

SpokFrevo confirmada no Rock In Rio Las Vegas



O grupo pernambucano divide o palco com artistas pop como Bruno Mars, Taylor Swift e Ed Sheeran

Crédito: Marcelo Barreto/Divulgação
O Maestro Spok e a SpokFrevo ganharam o mundo. A sinfonia está confirmada no Rock In Rio Las Vegas, em 2015. O grupo pernambucano divide o palco com artistas pop como Bruno Mars, Taylor Swift e Ed Sheeran.

A SpokFrevo está em turnê pelos Estados Unidos, que ganhou, no último final de semana, matéria no The New York Times. Na crítica dos shows, elogios ao virtuosismo dos músicos e à escolha do repertório, que contou com clássicos do frevo de Nelson Ferreira, Hamilton de Holanda.

Esta é a segunda vez que a SpokFrevo faz um giro pelos EUA. O grupo pernambucano esteve lá em março de 2012, onde fiz cinco apresentações (Nova York, Houston, Miami, Austin e Purchase). A nova turnê tem incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura).

Na volta ao Brasil, o grupo começa a se preparar para o lançamento do documentário Sete Corações, de Andrea Ferraz, sobre os mestres do frevo, que chega ao Cinema São Luiz ainda em novembro, no dia 21.

Em 2015, a SpokFrevo se apresenta no palco Rock Street Brazil, dividindo o espaço com Leo Gandelman e Bossacucanova. O preço dos ingressos e a data dos shows ainda não foram divulgados.

Fonte: http://www.pernambuco.com/

domingo, 19 de outubro de 2014

SpokFrevo Orquestra faz segunda turnê pelos Estados Unidos

O estilo musical mais pernambucano de todos ganha espaço em importantes palcos norte-americanos. A SpokFrevo Orquestra inicia no dia 19, série de nove shows nos Estados Unidos. A primeira apresentação ocorre em Boston, no palco da Berklee Performance Center, que faz parte da famosa escola de mesmo nome. O último concerto se dará no Sheldon Concert Hall, em Saint Louis, no dia 2 de novembro.

Esta é a segunda vez que a SpokFrevo faz um giro pelos EUA. O grupo pernambucano esteve lá em março de 2012, onde fiz cinco apresentações (Nova York, Houston, Miami, Austin e Purchase). A nova turnê tem incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura).

“Estamos indo em casas de espetáculo que sempre sonhamos em tocar. Se você entrar no site do Lincoln Center (Nova York), vai ver que os ingressos estão quase todos vendidos”, comemora Gilberto Pontes, saxofonista e um dos sócios da orquestra. O convite para tocar na respeitada sala novaiorquina partiu de Wynton Marsalis, trompetista norte-americano de jazz. O grupo fará quatro shows no Lincoln.

“Já existia um namoro dele com a gente desde a nossa participação no Festival de Jazz em Massiac (em 2010), França, quando ele foi o curador”, lembra Pontes. Além dos 17 integrantes da SpokFrevo, viajam também mais cinco pessoas da equipe de produção e a técnica. “É o time completo. Fazemos sempre questão de viajar com todos os músicos. Isso até nos causa alguns problemas para viajar pelo Brasil. Recebemos muitos convites, mas nem todos se dispõem a bancar o conjunto completo”, expõe Gilbeto.

O repertório das apresentações será baseado no Ninho de vespa, disco lançado no ano passado. “Fechamos contrato com uma gravadora dos Estados Unidos (Motéma Music, com sede em San Francisco) e que além de lá, vão distribui-lo mundialmente”, conta.

Ninho de vespa conta com composições e a própria participação de autores de “fora” a exemplo de Jovino Santos Neto, Nelson Ayres, Hamilton de Holanda. A dupla Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro é responsável pela criação da música que dá nome ao álbum. Entre os artistas pernambucanos presentes em composições do disco, estão Beto Hortiz (Capibarizando), Nelson Ferreira (O que Nelson gostou) e César Michelles (Pipocando).
Entram ainda no relação as faixas inéditas Moraes é frevo, Spokiando Capibarizando e Nino o pernambuquinho. Composta por Matias da Rocha e Joana Batista, em 1909, o clássico do carnaval pernambucano Vassourinhas também será executado. No próximo ano, a SpokFrevo Orquestra grava novo disco e realiza turnê pelo Brasil, com apoio do programa Petrobras Cultural.
Agenda da USA Tour 2014 da SpokFrevo

19/10 - Boston (US), Berklee Performance Center
21/10 - University Park (US), Pennsylvania State University
24/10  – New York (US), Jazz at Lincoln Center (2 concerts: 7pm and 9.30pm)
25/10 – New York (US), Jazz at Lincoln Center (2 concerts: 7pm and 9.30pm)
30/10 – Iowa City (US), Englert Theatre
31/10 – Lamoni (US), Graceland University
02/11 – Saint Louis (US), Sheldon Concert Hall

FONTE: DIÁRIO DE PERNAMBUCO

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Carnaval do Recife vai homenagear Eduardo

Renata e Eduardo Campos no Carnaval do ano passado.
Crédito: Nando Chiappetta/DP/D.A Press
Da coluna João Alberto
O prefeito Geraldo Julio decidiu e deve anunciar nos próximos dias. O grande homenageado do carnaval do Recife será Eduardo Campos. Um ato da maior justiça, pois o ex-governador era um grande folião, sempre prestigiou as principais agremiações e em todos os dias circulava por vários pontos do estado, sempre em companhia de Renata e dos filhos, usando camisas especiais com toque da folia.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Afoxé Ylê de Egbá: 28 anos de tradição e resistência

Descendente direto da Casa de Matriz Africana Ylê Asé Ayrá Adjáosi, o Afoxé Ylê de Egbá começou a ensaiar seus primeiros passos em 1986, no Alto José do Pinho, Zona Norte do Recife. De lá para cá, sob a batuta de Expedito de Paula Neves, mais conhecido como Dito D’Oxóssi, a agremiação ganhou força e, não à toa, se tornou um dos grupos de afoxé mais tradicionais de Pernambuco, não só por sua beleza rítmica, mas também pelo trabalho sócio-cultural que desenvolve no Ponto de Cultura Sakonfa, em Casa Amarela. ”Nós trabalhamos na comunidade e em bairros adjacentes. Lá, disponibilizamos cursos profissionalizantes de dança, culinária, design e muitos outros. Esse projeto é fruto de nossa resistência e militância nesses 28 anos de estrada”, lembra Dito.
O grupo acumula em seu currículo atividades de reconhecimento nacional e internacional
O grupo acumula em seu currículo atividades de reconhecimento nacional e internacional
Com passagens pelos Festivais Sfinks (Bélgica) e Boo Boo (Itália), Encontro Interamericano (Portugal) e Carnaval do Mundo (Londres), o  Ylê de Egbá é um celeiro cultural, amplamente reconhecido por sua ousadia e originalidade. Junto com a União dos Afoxés de Pernambuco (UAPE), o grupo deu início ao projeto Quilombo Vivo, atividade que foi um marco tanto para a comunidade negra, como para os moradores do Alto José do Pinho, por reunir num único palco os Afoxés Oxum Pandá, Alafin Oyó, Omi Sabá, Ara Odé, Guian Ala Moxé Orum, Filhos de Ogundê e Povo de Ogundê. Além disso, foi o primeiro afoxé pernambucano a participar da tradicional Noite dos Tambores Silenciosos, encontro de maracatus-nação que acontece no Carnaval recifense, e o pioneiro no lançamento de um CD do gênero no mercado fonográfico.
O afoxé do Ylê mescla o toque do “Ijexá” (ritmo afro) a vários outros ritmos das nações yorubás que vieram para o Brasil, resultando em arranjos e músicas com interessantes variações rítmicas, que dão um “toque” singular à batida do grupo, através de xequerês, atabaques, ganzás e agogôs. Outros segmentos do Ylê de Egbá são: o Imalê, grupo formado por ogans alabês (percussionistas de terreiro); o Egbé de Xangô, Sociedade dos Filhos de Xangô (orixá que representa a entidade) e o Imalê Mirim, a ala infantil do afoxé.
Afoxé Yle Egbá mescla o toque do “Ijexá” (ritmo afro) a vários outros ritmos das nações yorubás que vieram para o Brasil com os negros
Afoxé Yle de Egbá mescla o toque do “Ijexá” (ritmo afro) com vários outros ritmos das nações yorubás que vieram para o Brasil
Segundo o idealizador Dito D’Oxóssi, “o Ylê Egbá nasceu com a proposta de tratar da resistência do nosso povo e da ancestralidade africana”. E um dos seus maiores objetivos “é falar da riqueza dos ancestrais e heróis negros, dos príncipes, reis e orixás para acabar de vez com esse paradigma que colocaram sobre o povo de matriz africana”, complementa o líder da agremiação.
Dito D'Oxossi é quem comanda o Ylê de Egbá
Dito D’Oxóssi é quem comanda o Ylê de Egbá
Por: Secult/ Fundarpe

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Alcymar Monteiro lança “A festa começou” - Disponível para Download

Trata-se da 12ª produção do cantor Alcymar Monteiro, direcionada exclusivamente para a Folia de Momo. O álbum é composto por 15 faixas e tem como repertório o frevo de rua, o frevo de bloco maracatu e a ciranda, gêneros que compõem a trilha sonora do carnaval.


 

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O Galo da Madrugada homenageia Carlos Fernando com tema ‘Asas da América, Asas para o Frevo’

Agremiação anunciou hoje, em coletiva de imprensa na sua sede, novidades do 38º desfile, que acontece no dia 14 de fevereiro de 2015, sábado de Zé Pereira
Por AP Comunicação Estratégica
O compositor Carlos Fernando é o escolhido para a homenagem do 38º desfile do maior bloco do mundo, O Galo da Madrugada. A agremiação faz o anúncio do tema “Asas da América, Asas para o Frevo” nesta quarta-feira (3), em coletiva de imprensa com presença da filha do homenageado, Joana Bizzotto, que veio do Rio de Janeiro, além da participação de amigos do compositor e autoridades políticas. O desfile será realizado no dia 14 de fevereiro do próximo ano, no tradicional sábado de Zé Pereira.

“O Galo da Madrugada tem sempre procurado inspirar seu desfile de Carnaval em personagens ou símbolos ligados à cultura nordestina, como Enéas, Luiz Gonzaga, Ariano Suassuna e o Rio São Francisco. Para 2015, a escolha recaiu sobre um dos mais brilhantes compositores de frevos. Carlos Fernando, CF ou ‘Charles’, como era chamado pelos amigos, foi, talvez, o mais aguerrido, inovador e ousado de todos os defensores de nosso frevo”, afirma o presidente do Galo da Madrugada, Rômulo Meneses.
Carlos Fernando é natural de Caruaru e faleceu em 2013, aos 75 anos, em decorrência de um câncer de próstata e infecção pulmonar. O artista era o nome e a mente por trás do projeto Asas da América, responsável por popularizar e modernizar o frevo no Brasil inteiro. A coletânea de sete LPs, que se firmou a partir da década de 80, reuniu grandes nomes da cultura MPB cantando frevo. A série foi relançada em 2009, em edição comemorativa e remasterizada. No mesmo ano, ele também foi celebrado pelo Carnaval da Prefeitura do Recife.
Entre os intérpretes das composições do homenageado, ao longo de sua carreira, estão personalidades como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Zé Ramalho, Gal Costa, Fagner, Jackson do Pandeiro, Lula Queiroga, Lenine e outros. As populares “Banho de Cheiro” e “Canta Coração”, reconhecidas na voz da cantora Elba Ramalho e Geraldo Azevedo, por exemplo, são algumas das composições de Carlos Fernando.
Um dos ícones do Frevo, Carlos Fernando participou da produção do CD duplo “100 Anos de Frevo – É de Perder o Sapato”, em 2007, quando o ritmo foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. Já em 2014, ele ganhou homenagem do Museu Memorial de Caruaru, onde foi criado um espaço em seu nome. As próximas novidades serão os lançamentos da segunda edição do livro “Banho de cheiro – Carlos Fernando em pequenas doses”, criado pelos amigos Ítalo Rocha, Bode Valença, Décio Valença e Ricardo Thibau, e também de um CD do projeto Asas da América, que contará com 10 dos maiores sucessos de Carlos Fernando e músicas inéditas.
“É uma honra para mim e para minha família fazer parte dessa homenagem e poder viver isso. Desde pequena, via na televisão o Bloco Galo da Madrugada arrastando uma multidão fervente pelas ruas do Recife, ficava maravilhada de ver tanta gente junta, tanta energia e alegria. Um ano após a morte de meu pai, recebo a notícia de que ele será o homenageado e meu coração se enche de alegria em saber que essa multidão unida cantará suas músicas. Enquanto vivo, ele não me levou ao Bloco, mas nesse dia o Bloco vai me levar até ele”, comenta Joana Bizzotto.
Assim como a filha do homenageado, Rômulo Meneses ressalta a felicidade na escolha de Carlos Fernando para tema do próximo Carnaval. “Esperamos que essa homenagem seja não apenas um reconhecimento pelo que ele realizou em sua vida, mas, sobretudo, uma grande provocação para que nossos compositores e músicos sejam mais ousados e, a exemplo do CF, não deixem o movimento Asas da América estagnar e continuem a criar novas formas, abrindo mais espaço para o frevo”.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Quadros refletem carnaval de Olinda e do Recife sob visão de autista

Artista plástico Jackson Santana expõe trabalhos na Escolinha de Artes. Obras em aquarela mostram universo do autista; entrada é gratuita



Do G1 PE
Homem de Meia Noite, tradicional boneco gigante de Olinda, é retratado por Jackson Santana (Foto: Divulgação)Homem de Meia Noite, tradicional boneco gigante
de Olinda, é retratado por Jackson Santana
(Foto: Divulgação)
Trabalhar o universo do autismo pela visão de quem tem a característica é a proposta da exposição individual do artista plástico Jackson Santana. Aos 39 anos, ele decidiu que queria trabalhar do seu jeito: via as irmãs saindo de casa para compromissos e viu na arte uma maneira de fazer seu próprio movimento. Acompanhado da produtora e arte-educadora Camila Sobreira, Jackson produziu 20 obras sobre a maneira como enxerga a cidade doRecife. A mostra gratuita tem abertura no sábado (9), na Escolinha de Artes do Recife, nas Graças, Zona Norte da capital.
Como conta Camila, que também é curadora da exposição, a ideia da mostra partiu das irmãs de Jackson, que gostavam de trazer à tona o lado artístico do irmão. “Ele pediu pra trabalhar, para sair de casa, estudar. Então a arte foi uma maneira dele se movimentar, foi daí que partimos nessa exposição”, relata. Depois de muitos encontros e conversas com a família desde novembro do ano passado, Jackson começou a rotina de produção das obras.
“Vimos que ele ama o Recife, o carnaval, o Galo da Madrugada. O foco dele está no desenho, não é tanto na pintura. A pintura foi algo que desenvolvemos juntos. Ele representa muito bem um lugar, uma pessoa, uma fotografia. Ele lança o olhar dele na representação, coloca no papel a representação do Marco Zero, de Olinda, do jeito que enxerga”, comenta Camila.
Apesar de desenhar desde pequeno, Jackson fez um acervo específico só para a exposição. Ele vai estar na abertura da mostra, que acontece a partir das 15h30. No local, tanto as obras quanto canecas e ímãs de geladeira com estampas feitas pelo artista serão vendidas. Todos os quadros são feitos em aquarela sobre o papel.
A educadora lembra da importância do estímulo às pessoas que têm autismo. “Através da arte a gente mexe com a autoestima da pessoa, modifica os hábitos. Antes ele não tinha uma rotina profissional, que é normal de um adulto. Agora ele tem uma, enquanto artista. Ele está aprendendo a usar o pronome possessivo, coisa que ele não fazia. Antes ele não conseguia dizer 'minhas coisas', mas agora ele fala 'minha exposição'", diz.
Jackson Santana completa 40 anos em outubro, mas desenha desde pequeno (Foto: Divulgação)Jackson Santana completa 40 anos em outubro, mas desenha desde pequeno (Foto: Divulgação)
Todos os quadros do artista plástico são feitos em aquarela sobre o papel (Foto: Divulgação)Todos os quadros do artista plástico são feitos em aquarela sobre o papel (Foto: Divulgação)
Serviço
Exposição individual de Jackson Santana
Do sábado (9) (com abertura às 15h30) até 9 de outubro
Escolinha de Artes do Recife - Rua do Cupim, nº 124, Graças
Entrada gratuita