quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Maestro Duda


José Ursicino da Silva, o Maestro Duda, nasceu em Goiana interior de Pernambuco, em 23 de dezembro de 1935. Aos oito anos, começou a estudar música. Aos dez, já era integrante da banda Saboeira e logo escrevia sua primeira composição, o frevo Furacão, primeiro passo para se tornar um dos maiores regentes, compositores, arranjadores e instrumentistas de frevo da história.

Em 1950, aos 15 anos de idade, começou a integrar a Jazz Band Acadêmica e a Orquestra Paraguari. Tocou Oboé na Orquestra de Recife, mas seu múltiplo talento o levou a experimentar de tudo. Formou várias bandas de frevo que invariavelmente eram eleitas nos carnavais como as melhores do ano.

Em 1953, foi classificado em segundo lugar no Festival de Música Carnavalesca promovido pela Câmara Municipal do Recife, com o maracatu Homenagem à Princesa Isabel. Neste período, já era regente e arranjador da Orquestra Paraguari. Ainda em 1953, assumiu o departamento de música da TV Jornal do Comércio. Em 1960, realizou cursos de regência e de música sacra na Escola de Artes da Universidade Federal de Pernambuco. Em 1961, musicou a peça Um americano no Recife, dirigida por Graça Melo.

Musicou também trabalhos dirigidos por Lúcio Mauro e Wilson Valença. Em 1962, começou a integrar a Orquestra Sinfônica do Recife, executando oboé e corne-inglês. Em 1963, criou uma orquestra de bailes. Em 1967, assinou contrato com a TV Bandeirantes de São Paulo, após já ter sido chefe do departamento de música da TV Jornal do Commercio.

Em 1970, voltou para o Recife, tornando a integrar a Orquestra Sinfônica e passando a atuar como professor-arranjador do Conservatório Pernambucano de Música. Em 1971, obteve o primeiro lugar no Festival do Frevo promovido pela Rede Tupi com o frevo de rua Quinho. No mesmo ano, organizou uma orquestra para bailes carnavalescos, que recebeu por diversos anos o prêmio de melhor orquestra do ano. Em 1975, gravou disco em homenagem ao Jornal Diário Pernambucano, pela gravadora Rozemblit.

Teve frevos gravados pela Orquestra de Severino Araújo, assim como sambas gravados, entre outros, por Jamelão. Em 1980, foi escolhido como arranjador do Festival MPB-Shell, promovido pela Rede Globo. Em 1982, sua composição Suíte nordestina foi escolhida para abrir as festividades da Semana da Pátria, sendo transmitida pela TVE para todo o Brasil. Em 1985, sua orquestra representou o Brasil na Feira das Nações em Miami, na Flórida (Estados Unidos).

Em 1988, executou a obra Música para metais número 2, com a participação do trompetista americano da Orquestra Sinfônica de Boston, Charles Schlueter, em comemoração aos 138 anos do Teatro Santa Isabel, em Recife. Teve músicas gravadas no exterior, estando presente em mais de 100 discos. Foi eleito por diversas vezes o melhor arranjador do Nordeste.

É regente-arranjador e instrumentista da Orquestra Paraibana de Música Popular. Sua mais famosa obra é a peça sinfônica Fantasia carnavalesca, gravada pela Orquestra Sinfônica do Recife e Coral Ernani Braga. Vem alcançando destaque internacional com a direção musical da ópera Catirina, baseada em autos populares do bumba-meu-boi maranhense. Foi escolhido pelo Projeto Memória Brasileira, da Secretaria de Cultura de São Paulo, como um dos 12 melhores arranjadores do século. Em 1997, o Projeto Memória Brasileira lançou o CD Arranjadores, com seu arranjo para Bachianas nº5, de Heitor Villa-Lobos, tocado pela Banda Savana, homenageando-o ao lado de outros grandes arranjadores brasileiros como Maestro Cipó, Moacir Santos, Cyro Pereira, José Roberto Branco e Nelson Ayres. Em 1999, lançou com orquestra, o CD Coleção de Frevos de Rua, que contou com quatro volumes.

Em 2007, teve o frevo Nino, o pernambuquinho relançado pela Spok Frevo Orquestra no CD Passo de anjo ao vivo gravado ao vivo no Teatro Santa Isabel, na cidade de Recife. Em 2008, recebeu homenagem do Ministério da Cultura, por meio da secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID/MinC) e da Representação Regional Nordeste (RR/NE MinC), no Conservatório Pernambucano de Música. O evento encerrou oficialmente a edição 2007 do Prêmio Culturas Populares, que levou o nome do Meaestro e também homenageou o Centenário do Frevo.

Em 2009, apresentou-se com sua orquestra no carnaval de Recife, na Praça do Marco Zero. No mesmo ano, foi homenageado pela troça carnavalesca Turma da Jaqueira Segurando o Talo e pela Mostra de Música de Olinda.

Obras:

Cidadão frevo
Estação do frevo
Fantasia carnavalesca
Furacão
Homenagem à Princesa Isabel
Marcela
Nino, o pernambuquinho
Quinho
Suíte nordestina para banda e orquestra
Suíte pernambucana de bolso

Discografia:

(1999) Maestro Duda e Orquestra de frevo - Coleção de frevos de rua vol.1 • CD
(1999) Maestro Duda e Orquestra de frevo - Coleção de frevos de rua vol.2 • CD
(1999) Maestro Duda e Orquestra de frevo - Coleção de frevos de rua vol. 3 • CD
(1999) Maestro Duda e Orquestra de frevo - Coleção de frevos de rua vol. 4 • CD
(1997) Arranjadores • Projeto Memória Brasileira • CD

Fonte:
Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira ; O Nordeste.com ; Pernambuco Nação Cultural

Tereza da Costa Rêgo - Homenageada do Carnaval 2011


Filha de uma família tradicional da aristocracia rural pernambucana, Tereza teve uma educação bastante rígida. No entanto, através da arte expressava seus sentimentos, começando a pintar quando criança, ingressando na Escola de Belas Artes com apenas 15 anos. Durante 14 anos, foi casada e teve duas filhas: Maria Tereza e Laura Francisca. Ao longo deste período, dedicou-se quase que exclusivamente à pintura o que fez com que fosse contemplada com três prêmios do Museu do Estado e outro da Sociedade de Arte Moderna. Em 1962, realizou a primeira grande exposição, na Editora Nacional.

No mesmo ano, Tereza envolveu-se com Diógenes Arruda, dirigente do Partido Comunista, que a levou a sair da cidade. Em São Paulo, por motivos políticos, viveu na clandestinidade até 1969, quando seu companheiro foi preso. Aproveitou o tempo fora de Recife para se dedicar à arte e aos estudos, formando-se em história na USP. Depois de formada, passou a dar aulas de História para vestibulandos e a trabalhar como paisagista em um escritório de planejamento.

Em 1972, quando Arruda foi libertado, o casal seguiu exilado para o Chile. Entretanto, não tardou a chegada do Golpe, que obrigou Diógenes, novamente, a se mudar. Tereza e seu companheiro foram para Paris, onde passaram seis anos. Meso afastada das filhas, dos irmãos, a artista em momento algum parou de pintar. Expôs seus quadros, assinando com o nome de Joanna. Fez doutorado em História, na Escola de Altos Estudos da Sorbone, na França, escolhendo a história do proletariado brasileiro como tema para sua tese.

Ao voltar para o Brasil, em 1979, Tereza ainda enfrentou a morte Diógenes. Com todos os acontecimentos em seu retorno ao Brasil, ela resolveu resgatar sua vida, firmando-se como artista plástica de destaque em Pernambuco. Fez mestrado em História na UFPE e começou a trabalhar na Prefeitura de Olinda. Foi diretora do Museu Regional e, por 12 anos, do Museu do Estado de Pernambuco. São Paulo, Rio de Janeiro, Lisboa, Paris, Cuba entre outras cidades foram cenário para as exposições da artista que escolheu o Museu do Estado de Pernambuco como local para comemorar seus 80 anos de vida e arte.

Considerada hoje uma das maiores muralistas e pintoras brasileiras, Tereza Costa Rêgo abriu recentemente um novo ateliê, em Olinda. No local, o público tem acesso a algumas de suas obras.

Exposições Individuais

Pintura, Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, Olinda, 1981
Pintura, Galeria Carmita Brito, Recife, 1985
Exposição Individual de Pintura e Lançamento de Álbum de Gravuras, Palácio dos Governadores, Olinda, 1984
Pintura, Atelier do Artista, Olinda, 1985
Olinda Gravuras, Vila do Conde, Portugal, 1985
Pintura e Álbum de Gravura, Oficina Guaianases de Gravura, Olinda, 1988
Pintura, Galeria Officina, Recife, 1988
Pintura, Atelier do Artista, 1990
Pintura, Recife-Olinda/Olinda-Recife, Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, Olinda, 1992
Gravura, Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, Olinda, 1992
Atelier do Artista, 40 Anos de Arte, Olinda, 1997
Museu de Arte Moderna, 7 Luas de Sangue, Recife, 2000
Espaço Cultural Correios, 7 Luas de Sangue, Rio de Janeiro, 2001
Museu de Arte P P, 7 luas de Sangue, São Paulo, 2002

Exposições Coletivas

Coletiva de Artistas Brasileiros, Galeria Vila Rica, Recife, 1980
Salão de Artes Plásticas de Pernambuco, Museu do Estado de Pernambuco, Recife, 1981
Coletiva de Artistas Brasileiros, Galeria Vila Rica, Recife, 1981
Pintura e Poesia - Geração 65, Oficina 154 - Edições Piratas, Olinda, 1981
1º Salão de Arte Erótica de Pernambuco, Vivencial Diversiones, Olinda, 1982
Coletiva de Artistas Brasileiros, Avivarte, Olinda, 1983
Exposição Mulher Dez Artistas Pernambucanas, Shopping Recife, 1984
As Novas Imagens do Nordeste Rio Design Center, Rio de Janeiro, 1984
Exposição Comemorativa dos 450 anos de Olinda, Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, Olinda, 1985
Artistas Olindenses, Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, Olinda, 1985
Mostra de Arte do Recife, Teatro Santa Isabel, Recife, 1985
Coletiva Guaianases, Oficina Guaianases de Gravura, Olinda, 1985, 1986, 1987 e 1988
Galeria Oficina, Recife, 1986, 1987 e 1988Pintores Brasileiros, Portugal, 1987
Cor de Pernambuco, Ranulpho Galeria de Arte, São Paulo, 1989
O Gato Pintado, Ranulpho Galeria de Arte, São Paulo, 1989
O Gato na Pintura, Ranulpho Galeria de Arte, São Paulo, 1989
Seis Pintores de Olinda, Vila do Conde, Portugal, 1990
O Circo, Galeria Ranulpho, Recife, 1990
Fernando de Noronha, Eco 92, 3 Visões MAC
Viagem ao ano 2000, Passaporte Para O Futuro, São Paulo, 1994
A Batalha dos Guararapes, Museu do Estado, 1994
Cumplicidades, Lisboa, 1995
Olhar Sobre Os Trópicos, Lisboa, 1995
Arte Brasileira, UNESCO, Paris, 1995
Arte Brasileira, Estúdio A, São Paulo, 1997
Artistas Pernambucanos, Cuba, Santiago de Cuba, 1997
Artistas Pernambucanos, Portugal, 2003

Fonte:
http://www.terezacostarego.com.br/site/

Troça Carnavalesca Pitombeira dos Quatro Cantos

A Troça Carnavalesca Pitombeira dos Quatro Cantos, de Olinda, dá início à temporada de ensaios da orquestra para 2010 a partir da próxima terça-feira (07). O frevo começa na sede da agremiação, no Sítio Histórico de Olinda, a partir das 12h sob o comando do Maestro Lessa. Às 17h, orquestra, estandarte e passistas desfilam pelas ladeiras da Cidade Alta.

Em setembro, os ensaios acontecerão todos os domingos. A partir de outubro,passam a ser quinzenais. A série de eventos, já entrou para o calendário dos foliões, que aproveitam o último dia do fim de semana para curtir o melhor do frevo pernambucano. “É um forma de matar um pouco da saudade do Carnaval e também de já ir aquecendo o passo”, diz o presidente da Pitombeira, Julio Filho.

A entrada é gratuita. “Basta trazer muita alegria e disposição para brincar. É um bom programa para o feriado”, convida o presidente. A camisa oficial da troça estará à venda na sede, nos dias de ensaio. Já o bar da Pitombeira será aberto especialmente para a ocasião.

Agremiação Troça Carnavalesca Pitombeira dos Quatro Cantos - Rua 27 de Janeiro, 128 - Carmo - Sítio Histórico de Olinda

terça-feira, 13 de abril de 2010

Utopia e Paixão


Fundado em 20 de maio de 2007, com sede no Morro da Conceição, tendo por objetivo valorizar e divulgar cada vez mais a Cultura Pernambucana, bem como, proporcionar aos moradores da comunidade lazer e cultura, o Bloco Carnavalesco Lírico Utopia e Paixão, tem suas cores azul e branco em homenagem a nossa Senhora da Conceição e possui uma orquestra formada por músicos da comunidade e adjacências de instrumentos de pau e cordas, sobre a direção musical do maestro Hamilton Florentino, e Produção Cultural de Regis Moreira, Mauricéa Santiago e Paulo Roberto.

O Bloco Carnavalesco Lírico Utopia e Paixão é a mais nova iniciativa de valorização, divulgação e preservação da cultura carnavalesca, que está contribuindo com momento tão importante para o nascimento de mais uma atividade cultural no Morro da Conceição.

Os maiorais do Carnaval


Nelson Ferreira e Capiba são considerados, indiscutivelmente, os compositores de maior projeção do Carnaval pernambucano de todos os tempos.

Compositor e maestro, nascido em Bonito-Pe, em 1902 e falecido em 1976, Nelson Ferreira compôs inúmeros frevos que até hoje são cantados e executados por orquestras nos bailes e festas populares. Estreou como compositor em 1921 com a marcha “Borboleta não é ave”, seu primeiro grande sucesso. Sucederam-se outros frevos de rua, de bloco e canção, sendo o mais conhecido de todos o “Evocação n. 1”. Nelson Ferreira foi diretor de orquestra, atuou na Rádio Clube e recebeu inúmeras condecorações pelo conjunto de sua obra em favor da musica e da cultura de Pernambuco.

Capiba, ou Lourenço da Fonseca Barbosa nasceu em Surubim e chegou ao Recife para estudar e se formar em Direito, diploma que jamais foi buscar na Faculdade. Preferiu trabalhar no Banco do Brasil e se dedicar de corpo e alma à musica;. Criou a Jazz Band Acadêmica e iniciou a carreira de compositor de frevos consagrados a partir de 1934, quando lançou o frevo- canção “É de amargar” que todo o Recife cantou naquele ano. Daí pra frente, era um sucesso atrás do outro, se tornando um dos mais brilhantes autores de frevos de Pernambuco. Capiba fez, ainda, inúmeras valsas, serestas e canções, como “Recife, Cidade Lendária”, “Valsa Verde” e “Maria Betania”, musicas que foram gravadas por famosos cantores do Brasil.

Nelson Ferreira e Capiba são dois gênios imortais do frevo pernambucano.

Matéria escrita por Miguel Santos (Jornalista e radialista)

Fole em folia com Dudu do Acordeon



No Carnaval 2010, Dudu do Acordeon também estará marcando presença com seu projeto de frevos sanfonados chamado FOLE EM FOLIA iniciado em 2007.

Em seu show, clássicos de Capiba, Nelson Ferreira, Levino Ferreira, Alceu Valença, Sivuca, se fundem com novas músicas carnavalescas de sua autoria e de outros compositores.

O Projeto “Fole em Folia” leva ao público uma visão inovadora e diferente de se fazer o frevo, sem perder o foco da essência da riqueza da cultura carnavalesca pernambucana.



Mais informações no site do cantor:
www.dududoacordeon.com.br

Galo: Pernambuco de todos os Carnavais


Em reconhecimento pelo título de Patrimônio Imaterial de Pernambuco, o maior bloco de rua do mundo desfila em 2010 com o tema "Galo: Pernambuco de todos os Carnavais”. O Clube das Máscaras Galo da Madrugada vai homenagear todas as manifestações carnavalescas presentes do Litoral ao Sertão. No Sábado de Zé Pereira (13/02), os principais ícones representativos de Pernambuco, como os Caiporas, os Papangus e o Cavalo Marinho, poderão ser conferidos por mais de 1,5 milhão de pessoas pelas ruas do Recife. A agremiação também promete muita alegria para a criançada com o lançamento do bloco infantil Pinto da Madrugada, que sai às ruas na terça-feira (16/02).

A agremiação recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco em fevereiro de 2009 e chega ao seu 33º desfile com muitas novidades. Ao todo, serão aproximadamente 30 trios num percurso de cinco quilômetros pelo Bairro de São José e Avenida Guararapes, dois trios a mais que no ano passado. Os trios do Maracatu e Caboclinho continuam acompanhando as orquestras de frevo no revezamento das apresentações. “Vamos começar o desfile pontualmente às 9h da manhã com festa até às 18h30 na Guararapes”, explica Rômulo Meneses, presidente da agremiação.

Segundo Meneses, Pernambuco tem uma rica e ampla cultura, o que motivou a diretoria a homenagear as manifestações culturais de todo o Estado. “No que diz respeito à cultura carnavalesca, é muito mais ampla e rica do que muita gente imagina. Em várias cidades do interior, existe tradição carnavalesca, com uma cultura própria. Então, o Galo da Madrugada, espelhado em um programa do Governo do Estado, através da Fundarpe, resolveu homenagear a todos os municípios que possuem tradição carnavalesca como Vitória, Nazaré, Bezerros, Pesqueira, Triunfo, Salgueiro, Santa Maria da Boa Vista, entre outros”, completa.

Acesse o site oficial do Galo da Madrugada: www.galodamadrugada.com.br